O Transtorno Obsessivo-Compulsivo é caracterizado por um padrão comportamental marcado por pensamentos obsessivos e hábitos compulsivos. Os pensamentos obsessivos são ideias recorrentes e intrusivas, geralmente desagradáveis, que geram ansiedade e desconforto.
“Obsessões são ideias, pensamentos, imagens ou impulsos repetitivos e persistentes que são vivenciados como intrusivos e provocam ansiedade. Não são apenas preocupações excessivas em relação a problemas cotidianos. A pessoa tenta ignorá-los, suprimi-los ou neutralizá-los através de um outro pensamento ou ação.” (Gonzales,1999)
Já os hábitos ou comportamentos compulsivos são as ações repetitivas e ritualísticas que uma pessoa realiza em resposta a esses pensamentos. Esses comportamentos são frequentemente realizados para aliviar a ansiedade gerada pelos pensamentos obsessivos, mas também podem ocorrer como uma tentativa de prevenir eventos negativos, reais ou imaginários, ou para evitar sentimentos ruins. A pessoa com Toc encontra alívio emocional na pratica desses comportamentos repetitivos, mas por outro lado esses comportamentos podem ocasionar constrangimento e se tornarem um fardo devido a sua frequência e intensidade.
Por exemplo, uma pessoa com TOC pode ter pensamentos obsessivos a respeito de sua segurança, em resposta, instalar muitas trancas na porta de sua casa e se ver obrigada a verifica-las muitas vezes ao dia para que possa se sentir segura.
É uma condição que pode causar muito sofrimento e impactar negativamente a vida social, pessoal e profissional das pessoas que sofrem com ela. Por isso, é fundamental oferecer suporte e compreensão às pessoas que vivem com TOC e promover a conscientização sobre a importância do diagnóstico e tratamento adequados para essa condição.
Umas estratégias utilizadas no tratamento do Toc é a Exposição e Prevenção de Resposta (ERP). Essa abordagem envolve expor gradativamente o sujeito a situações que geralmente desencadeiam pensamentos obsessivos e ansiedade, encorajando o indivíduo a não realizar os comportamentos compulsivos que normalmente realizaria em resposta a esses pensamentos, ou auxiliar este sujeito na busca por rituais e comportamentos socialmente aceitáveis e coerentes ao contexto. Buscando uma melhor adaptação do sujeito ao meio em que vive e proporcionando um ambiente seguro para que ele possa testar suas crenças mais catastróficas e aprender que seus medos não iram se concretizar na ausência dos rituais e comportamentos compulsivos.
Referência: Gonzalez, C. H. (1999). Transtorno obsessivo-compulsivo. Brazilian Journal of Psychiatry, 21, 31-34.