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Foto do escritorMaycon Lozano

O Fracasso do Processo Terapêutico

O processo psicoterapêutico pode ser uma jornada complexa e desafiadora tanto para o paciente quanto para o terapeuta. Apesar do grande potencial de mudança e transformação que a terapia pode proporcionar, há diversos fatores que podem levar ao fracasso do tratamento. Um bom processo terapêutico depende da combinação de diversos fatores e posturas, tanto do terapeuta quanto do paciente.


“É consensual, por exemplo, o reconhecimento do valor da aliança terapêutica positiva sobre a qualidade dos resultados obtidos. Um segundo fator refere-se à capacidade demonstrada pelo paciente para lidar com situações difíceis no passado e que pode ser traduzido como indicação de sua capacidade de adaptação. Um terceiro fator reconhecido como facilitador de sucesso em psicoterapia, seria a capacidade do paciente de reconhecer o caráter psicológico de suas dificuldades, ou ainda, um quarto, sua motivação para a mudança.” (Yoshida,1998)


Um dos principais fatores que podem levar ao fracasso da terapia é a falta de comprometimento do paciente com o processo. É importante que a pessoa esteja disposta a se dedicar e investir tempo e energia na terapia, participando ativamente das sessões e fazendo os exercícios recomendados pelo terapeuta. Nem sempre o processo terapêutico é agradável, muitas vezes vamos ter o desafio de lidar com situações ou temas desconfortáveis, mas persistir no processo é importante para alcançar bons resultados.


Outra barreira comum ao sucesso da terapia é a resistência do paciente em modificar padrões de pensamento e comportamento que não estão funcionando. Muitas vezes, a pessoa pode se sentir habituada e adaptada à sua zona de conforto, mesmo que isso signifique perpetuar problemas ou sofrimentos. Para que haja alguma forma de mudança é preciso estar disposto a enfrentar certo grau de desconforto que esta mudança pode trazer e acreditar que é possível alcançar objetivos mais saudáveis e felizes.


Nesse sentido relação terapêutica é um elemento crucial para o sucesso da terapia. É importante que o paciente se sinta confortável e seguro para compartilhar suas experiências e sentimentos com o terapeuta, além de confiar em suas habilidades e competências. Quando essa conexão não acontece ou é prejudicada, o processo terapêutico pode ser interrompido ou comprometido. É muito importante que haja espaço para falar dos desconfortos e possíveis desentendimentos no processo terapêutico e que se busque um estado de equilíbrio entre terapeuta e paciente. Muitas vezes as pessoas abandonam um processo terapêutico por discordar de uma postura do terapeuta sem ao menos tentar perguntar a intenção dele para ter aquele posicionamento, e essa investigação pode ser parte crucial do processo.


E por fim, é importante ter em mente que a terapia não é uma solução mágica para todos os problemas e conflitos pessoais. Embora possa ser muito eficaz em muitos casos, não há garantias de resultados imediatos. É importante que o paciente tenha expectativas realistas em relação à terapia e esteja disposto a perseverar no processo, mesmo que os resultados não sejam imediatamente perceptíveis.


É importante que o paciente esteja consciente desses desafios e esteja disposto a superá-los para alcançar os objetivos terapêuticos desejados. O terapeuta, por sua vez, deve estar atento a essas possibilidades e trabalhar em conjunto com o paciente para maximizar as chances de sucesso do tratamento.


Referência: Yoshida, E. M. P. (1998). Avaliação de mudança em processos terapêuticos. Psicologia escolar e educacional, 2, 115-127.

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