A Comunicação Não Violenta (CNV) nos convida a uma visão empática e apreciativa a respeito dos processos de comunicação, com o objetivo de expressar sentimentos e necessidades de forma clara e respeitosa, sem gerar conflitos ou julgamentos. A CNV foi desenvolvida por Marshall Rosenberg na década de 1960, e se tornou uma abordagem popular em diversos campos, como terapia, mediação de conflitos, educação e negociação.
Ela nos convida a pensar em quatro componentes básicos que, se bem analisados, podem nos levar a uma comunicação assertiva e agradável. São eles:
Observação: É a descrição objetiva e concreta do que se está vendo, ouvindo, ou experimentando em uma determinada situação. Sendo importante que seja feita sem julgamentos ou interpretações.
Sentimento: É o entendimento da emoção que é experimentada no momento da observação. É importante identificar e expressar esses sentimentos, pois eles podem ser uma chave para entender as necessidades que estão por trás deles. O desafio aqui é expressar estes sentimentos com clareza, sem culpar ou acusar a outra pessoa.
Necessidade: A necessidade é a demanda que surge como resultado do sentimento, é aquilo que seus sentimentos te motivam a buscar. As necessidades podem ser pessoais ou compartilhadas e incluem coisas como segurança, conexão, liberdade e respeito. E devem ser expressas sem exigências ou expectativas, para que possam ser bem recebidas pelo outro.
Pedido: O pedido é uma expressão clara e específica do que se gostaria que acontecesse para atender às necessidades identificadas. Estes pedidos devem ser positivos, concretos e realistas, para que tenham uma chance maior de serem acolhidos pelo interlocutor.
“Assim, parte da CNV consiste em expressar as quatro informações muito claramente, seja de forma verbal, seja por outros meios. O outro aspecto dessa forma de comunicação consiste em receber aquelas mesmas quatro informações dos outros.” (Rosenberg, 2006)
A CNV é uma abordagem muito útil para lidar com conflitos e situações difíceis, pois permite que as pessoas expressem seus sentimentos e necessidades de forma honesta e respeitosa, sem gerar hostilidade ou agressividade. Melhorando a qualidade dos relacionamentos, promovendo compreensão e o respeito mútuos.
A prática da CNV exige um certo grau de autoconhecimento e habilidade emocional, pois muitas vezes é preciso lidar com emoções intensas e conflitantes. O papel do terapeuta nessa trajetória é proporcionar o desenvolvimento dessas habilidades, aprimorando a capacidade de comunicação interpessoal do cliente e ajudando-o a tornar seus relacionamentos mais saudáveis e gratificantes.
Referência: Rosenberg, M. B. (2006). Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. Editora Agora.